quarta-feira, 9 de maio de 2007

Capitulo 2: Eleicoes na Franca

Esse final de semana presenciei as eleições na França. Desde o começo do dia, um domingo ensolarado, podia-se sentir o clima de competição entre as pessoas. As pesquisas apontavam Sarkozy com 53% e Royal com 47% (uma diferença relativamente pequena se compararmos ao último segundo turno brasileiro). Dentro de um ônibus que passava pelo centro a situação foi explicitamente comprovada: o motorista teve que fazer um desvio perto de uma das principais avenidas, e logo explicou que se tratava de um bloqueio realizado pela UMP (partido de Sarkozy). Metade dos que estavam presentes agiram de maneira bastante comportada, dizendo "oras é apenas um bloqueio em dia de eleição, não nos fará algum mal" enquanto a outra metade se manifestava incrédula "como uma droga de partido como esse consegue bloquear uma boulevard tão importante, e ninguém faz nada???".
Já na escola, logo que você chega deve apresentar seu título, pegar um envelope roxo e os dois folhetos em cima da mesa que contém apenas o nome do candidato. Então o eleitor se dirige para a cabine secreta, dobra o folheto com o nome escolhido e coloca dentro do envelope. Depois, se encaminha ao auditor, que confere o nome e diz em alto e bom som "VOTOU" no momento em que vc joga o envelope dentro da urna. Nessa hora tive que conter algumas risadas.
Pergunta: "E o outro folheto? O que fazem com ele?"
Resposta: Normalmente vc deve levar consigo, ou jogá-lo fora logo que sair da cabine, porém muitas pessoas o deixam exposto e bem visível para tentar influenciar os próximos eleitores. Louco não? Apesar de que os auditores devem entrar a cada 5 minutos nas cabines para recolher qualquer tipo de papel.
Às 8 da noite as pesquisas de boca-de-urma já apontavam o ganhador: Sarkozy era eleito presidente da França, mais um presidente de direita depois de dois mandatos de Chirac. Uma grande festa já estava preparada na praça da Concórdia, com artistas famosos, e às 11 o novo presidente descia a Champs Elysées com sua comitiva num gesto realizado por todos os presidentes eleitos, como a marcha para a Casa Branca nos Estados Unidos. No final da Avenida, onde fica a praça da Concórdia, ele subiu no palco já um pouco bêbado, discursou para as pessoas, cantou, e partiu para algum restaurante ou estabelecimento de luxo reservado para sua festa particular.
Os coitados de esquerda que esperavam anciosos o resultado na praça da Bastilha tiveram que se contentar com uma breve aparição da senhora Segolene, e escapar de uma manifestação um tanto violenta contra a polícia.

Aqui abaixo, como seguia fazendo, mais algumas dicas de lugares:
• Queenie - travessa da Champs Elysées logo após a boate Queen. Um bar muito bacana, com cocktails deliciosos, e pouco conhecido até pelos franceses. Apesar de parecer pequeno, é um lugar grande e de alto-estilo. Eles até tem uma enorme pintura original do Louvre em uma das paredes do bar.

• Indiana - um restaurante Tex-Mex, com comida tipicamente americana ou mexicana. Um dos pratos mais vendidos é o BaconBurguer: vem aberto no prato com salada, diversos molhos e uma batata assada no estilo Baked Potatoe.

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