quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Capitulo 4: Diferenças



Antes de escrever sobre o tema do post, deixei de relatar algumas coisas das últimas semanas. Estive em Paris em 3 dos últimos 4 fins de semana, e em cada um deles algo especial marcou minha passagem. No primeiro, a combinação da vitória da França sobre a Nova Zelândia (All Blacks) na copa do mundo de rugby com a 'Nuit Blanche' fez daquele sábado um dia único no ano. A Nuit Blanche foi uma espécie de evento realizado pela prefeitura, no qual museus, festas e concertos permaneceram abertos ao público durante toda a madrugada. Às 11:00 da noite, os franceses que acompanhavam o jogo saíram às ruas para comemorar a inesperada vitória e coincidiram com o público do evento que visitavam pontos espalhados por toda a cidade. Eu por exemplo acompanhei um concerto com um órgao de 1910 dentro da igreja de Saint Eustace às 4 da manhã. Paris estava sitiada por milhares de pessoas de todas as idades até o amanhecer. Felizmente nada de mal aconteceu, fora o fato que algum grupo de bêbados conseguiu entrar no Museu D'Orsay e rasgar uma das obras mais famosas do pintor Monet. Uma pena.
No outro final de semana, eu provei um prato típico francês pela primeira vez: o chamado 'Perdeau' consiste em nada menos do que carne de pombo. O gosto é mais forte, porém a carne é mais macia que a de um frango. Eu gostei, e não tive complexos (se como vaca e porco, por que não pombos também?), mas evitava olhar a perna e cabeça assados que enfeitavam meu prato.
Depois de tantas visitas à França esse ano, e minha rotina na Alemanha, há ainda coisas que conseguem me surpreender sobre os dois povos. Apesar de todo senso de patriotismo dos franceses por exemplo, eu ainda não consigo enxergar onde está a 'égalité' e 'fraternité' entre eles. Pelo contrário, eu vejo um povo seriamente afetado pelo desrespeito, onde é cada um por si e Deus por todos, regado de diferenças sociais, raciais e preconceitos. A tensão prevalece sobre cada lugar onde você anda, seja ela por violência ou por aparência. Mas há algo neste povo e nesta cidade que me faz amar Paris. Algo que eu não consigo explicar.
Na Alemanha minha surpresa do dia veio com a minha carta de 'Lohnsteuerkarte', ou seja, minha declaração de imposto de renda. Aqui é um dos poucos países do mundo onde vc tem um 'Kirchensteuerabzug'. Em poucas palavras: se eu doar alguma coisa para a igreja, posso abater na minha declaração. Outro fato recente foi no meu trabalho. Tenho feito vídeos para um cliente que opera um software de design automotivo. Sempre considerei um clichê dizer que os alemães são os melhores para fazer carro, mas tive a confirmação disso diante dos meus olhos. O homem que mexe no programa é atrapalhado com qualquer coisa ao seu redor, mas quando senta na frente do computador pra fazer o carro, ele apavora. Fato mais do que confirmado quando se sabe que eles podem testar as máquinas em suas Autobahns sem limite de velocidade. Talvez isso explique o caso do alto-executivo da BMW, morto na rodovia para Frankfurt com sua McLaren e um laudo que dizia que ele perdeu o controle dirigindo a 350km por hora.

'Sim Victor, mas o que esse vídeo aí em cima tem a ver?' - Nada. hehehe Esse vídeo foi minha amiga Nina que mandou para eu ver, e é simplesmente hilário. Esse Jeff Dunham é um gênio como ventríloco (escrevi isso certo?). Enfim, pra quem quiser ver, vale a pena! =)))

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